Ex-ministro se diz traído após fala de Bolsonaro no STF: 'Fui muito otário' 6g161
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub publicou nesta quarta-feira (11), mensagens críticas direcionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações vieram após o depoimento prestado por Bolsonaro à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no qual ele negou envolvimento com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e disse que, embora não tenha dado aval, há "malucos" que defendem a volta do AI-5 e uma intervenção militar no Brasil. 4vb41
"Eu fui muito OTÁRIO!!!!!", escreveu Weintraub, ao compartilhar um vídeo com o trecho do interrogatório em que Bolsonaro se distancia das manifestações que pediam intervenção militar.
O economista e ex-chefe do MEC, que ocupou o cargo entre 2019 e 2020, também se incomodou com o tom adotado pelo ex-presidente ao se referir ao ministro Alexandre de Moraes. Durante o depoimento, Bolsonaro pediu desculpas ao magistrado, gesto que Weintraub reprovou publicamente.
"Eu NUNCA pedi desculpas a eles! Eu NUNCA neguei o que falei deles!", afirmou, anexando uma captura de tela de uma reportagem sobre o episódio.
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Críticas a Bolsonaro expõem ruptura entre antigos aliados do governo 6v1v2p
O depoimento de Bolsonaro ocorreu na terça-feira (10), quando ele foi ouvido como réu no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ao ser questionado pela Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente negou envolvimento com os atos do 8 de janeiro de 2023.
Durante a fala, o ex-presidente afirmou que há apoiadores radicais que ainda defendem medidas como o retorno do AI-5 (Ato Institucional nº 5), decreto da ditadura militar considerado um dos mais repressivos da história recente do Brasil.
"Tem os malucos que ficam com essa ideia de AI-5, de intervenção militar das Forças Armadas... que os chefes das Forças Armadas jamais iam embarcar nessa só porque o pessoal estava pedindo ali", disse o ex-presidente.
Em outro trecho, acrescentou: "Nós repudiamos tudo isso aí. Com todo respeito, doutor Paulo Gonet, não procede que eu colaborei com o 8 de janeiro. Não tem nada meu ali, estimulando aquela baderna que nós repudiamos".
Durante o período pós-eleitoral, manifestações em diversas cidades pediram intervenção militar com Bolsonaro à frente do poder. À época, cartazes e palavras de ordem defendiam o fechamento de instituições e a ruptura institucional.